quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Artigo 8º da Lei 7.853/89
O artigo 8º da Lei 7.853/89 especifica que recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime. Além de receber uma multa, os diretores ou responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos. - See more at: http://www.movimentodown.org.br/educacao/educacao-e-sindrome-de-down/#sthash.pHh4ktwS.dpuf
Movimento Down
Fernanda Honorato, da TV Brasil, é a primeira repórter com síndrome de Down do país
Fernanda dos Santos Honorato, de 34 anos, entra para o RankBrasil em 2014 como a primeira repórter com síndrome de Down do país. Nascida no Rio de Janeiro (RJ), a recordista não concluiu a escola regular, mas percebeu que através do esporte e das artes conseguiria manter seu processo de formação focada em outras atividades.
Ela trabalha no Programa Especial da TV Brasil desde 2006, mas foi no teatro que começou a se destacar muito antes disso. Contudo, o currículo da repórter não para por aí. Atualmente é dançarina de dança cigana e atleta da Sociedade de Síndrome de Down na modalidade natação.
Carioca da gema, a recordista tem muito samba no pé e desfila todos os anos. Foi musa da portela e recebeu das mãos do Príncipe Harry a medalha de Rainha da Bateria da Embaixadores da Alegria.
O trabalho na televisão surgiu após participar como entrevistada de um quadro da emissora. É o que conta a diretora do Programa Especial, Ângela Patrícia Reiniger. “Durante a entrevista que deu para nosso programa fiquei impressionada, achei que pela desenvoltura tinha potencial. Considerávamos importante ter uma repórter com deficiência intelectual. A Fernanda fez um teste e saiu tão bem que esta gravação até foi para o ar posteriormente”.
Em outubro de 2006, ela assumiu o microfone e juntou-se à equipe. Hoje, após sete anos na função, Fernanda Honorato relembra como foi importante conquistar a vaga. “É preciso que as pessoas acreditem na gente. Nós só necessitamos de oportunidade e fazer novas amizades. Estou muito feliz por conquistar o recorde”.
Para Ângela Patrícia Reiniger, o Brasil já evoluiu, mas ainda há muito a se fazer no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência. “Muitos me julgaram maluca por colocar uma repórter com deficiência intelectual na TV. A sociedade está se abrindo, mas ainda tem um bom caminho a ser trilhado. Nós aprendemos com a Fernandinha e ela aprende com a gente. É maravilhoso”.
O Programa Especial, exibido todos os sábados às 10h30 na TV Brasil desde 2004, é voltado para inclusão de pessoas com deficiência. Para ser 100% acessível ao telespectador, conta com recursos como: janela de LIBRAS – a Língua Brasileira de Sinais, legendas em português e audiodescrição.
Com informações do RankBrasil
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Fernanda dos Santos Honorato, de 34 anos, entra para o RankBrasil em 2014 como a primeira repórter com síndrome de Down do país. Nascida no Rio de Janeiro (RJ), a recordista não concluiu a escola regular, mas percebeu que através do esporte e das artes conseguiria manter seu processo de formação focada em outras atividades.
Ela trabalha no Programa Especial da TV Brasil desde 2006, mas foi no teatro que começou a se destacar muito antes disso. Contudo, o currículo da repórter não para por aí. Atualmente é dançarina de dança cigana e atleta da Sociedade de Síndrome de Down na modalidade natação.
Carioca da gema, a recordista tem muito samba no pé e desfila todos os anos. Foi musa da portela e recebeu das mãos do Príncipe Harry a medalha de Rainha da Bateria da Embaixadores da Alegria.
O trabalho na televisão surgiu após participar como entrevistada de um quadro da emissora. É o que conta a diretora do Programa Especial, Ângela Patrícia Reiniger. “Durante a entrevista que deu para nosso programa fiquei impressionada, achei que pela desenvoltura tinha potencial. Considerávamos importante ter uma repórter com deficiência intelectual. A Fernanda fez um teste e saiu tão bem que esta gravação até foi para o ar posteriormente”.
Em outubro de 2006, ela assumiu o microfone e juntou-se à equipe. Hoje, após sete anos na função, Fernanda Honorato relembra como foi importante conquistar a vaga. “É preciso que as pessoas acreditem na gente. Nós só necessitamos de oportunidade e fazer novas amizades. Estou muito feliz por conquistar o recorde”.
Para Ângela Patrícia Reiniger, o Brasil já evoluiu, mas ainda há muito a se fazer no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência. “Muitos me julgaram maluca por colocar uma repórter com deficiência intelectual na TV. A sociedade está se abrindo, mas ainda tem um bom caminho a ser trilhado. Nós aprendemos com a Fernandinha e ela aprende com a gente. É maravilhoso”.
O Programa Especial, exibido todos os sábados às 10h30 na TV Brasil desde 2004, é voltado para inclusão de pessoas com deficiência. Para ser 100% acessível ao telespectador, conta com recursos como: janela de LIBRAS – a Língua Brasileira de Sinais, legendas em português e audiodescrição.
Com informações do RankBrasil
terça-feira, 20 de maio de 2014
A INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ NA REDE REGULAR DE ENSINO: DESAFIOS DO COTIDIANO
A INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ NA REDE REGULAR DE ENSINO:
DESAFIOS DO COTIDIANO
Antonio Elias Coelho
da Silva¹
RESUMO
Este artigo traz a temática da inclusão do aluno com surdez
na Rede Regular de Ensino com abordagens objetivando uma análise das situações
cotidianas que se estabelecem na relação deste aluno com seus professores, com
os colegas e com a escola como um todo.
Inicialmente foi realizado o levantamento bibliográfico da temática aqui
colocada. Posteriormente foram observadas diversas situações de inclusão que
nortearam a elaboração do presente artigo.
Neste contexto também se observou a situação da escola enquanto espaço
físico constituído de materiais necessários ao melhor desempenho do aluno em
questão. No âmbito da Educação Inclusiva, é necessário promover uma
sensibilização dos profissionais que
trabalham com turmas onde exista alunos com necessidades educacionais especiais
na rede Regular de Ensino; para que estes alunos possam adquirir incentivo,
autonomia, espírito crítico, criativo, passando a exercer a sua cidadania.
Visando-se a socialização do aluno surdo em uma sociedade dominante e
excludente, a qual encontram-se educadores sem qualificação e ambiente
inadequado para o atendimento necessário ao aluno em estudo. Muito ainda
precisa ser feito pelos alunos com necessidades educacionais especiais, no
entanto, o que é mais necessário é que as políticas voltadas à inclusão de fato
aconteçam, oportunizando aos docentes uma melhor qualificação e adequando as escolas para que estas possam
receber o aluno seja qual for sua limitação.
1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho cujo tema é a inclusão do aluno com
surdez na Rede Regular de Ensino, tem como objetivo analisar a situação de inclusão do aluno com surdez na referida
rede no contexto do cotidiano escolar. Nesta perspectiva, implicam também verificar
a situação de adequação do ambiente escolar às necessidades do aluno com
surdez, as dificuldades apontadas pelos professores que trabalham como o aluno
surdo e ainda a relação do aluno em
questão com os demais colegas da própria turma e com os demais alunos da
escola.
Este trabalho teve como base o levantamento
bibliográfico da temática aqui apresentada, pautando-se em observações
situacionais de inclusão em uma escola da Rede Regular que atende alunos com
surdez. Também se analisou a situação da escola enquanto espaço físico
constituído de materiais necessários ao melhor desempenho do aluno em questão.
Falar de inclusão não é uma tarefa fácil, embora
pareça corriqueira. A problemática da inclusão de alunos surdos nas escolas
regulares de educação tem se mostrado desafiante.
De acordo com Lacerda (2006):
A inclusão apresenta-se como
uma proposta adequada para a comunidade escolar, que se mostra disposta ao
contato com as diferenças, porém não necessariamente satisfatória para aqueles
que, tendo necessidades especiais, necessitam de uma série de condições que, na
maioria dos casos, não têm sido propiciadas pela escola.
A inclusão de alunos surdos nas escolas da Rede Regular de
Ensino tem sido uma realidade em muitos lugares. Todavia é necessária uma reflexão
sobre como vem se desenvolvendo essa situação, principalmente quanto a questões
que envolvem o cotidiano da turma, a
relação deste aluno com o professor, com os demais colegas da turma e a
realidade da escola que o estará
recebendo. As escolas em questão estão preparadas para receber o aluno com
surdez?
A inclusão de crianças com deficiências no Ensino Regular,
requer uma mudança de paradigma na educação, que nos remete também a uma nova
concepção do ato de ensinar e aprender. Essa mudança de paradigma implica em um
novo olhar, um novo compreender e fazer educação. Ela aponta para a construção
de uma escola livre de preconceitos, que valoriza a interação entre diferenças
e a construção de conhecimentos como parte construtiva do sujeito. É necessária
uma análise de como vem sendo realizado o processo educacional dos alunos com surdez, tendo em vista que lhes é
garantido pela legislação vigente o direito de frequentar a sala de aula da
Rede Regular de Ensino da Educação Infantil até a Educação Superior,
oferecendo-lhes todos os meios necessários para que obtenham êxito e ultrapasse
os empecilhos apresentados ao longo do processo educacional e, portanto,
desempenhar sua cidadania, de acordo com a legislação do nosso país.
Muitas vezes a realidade em sala de aula não estabelece
relação com a legislação vigente, pois os alunos surdos são prejudicados tendo
o despreparo por parte dos professores e, dessa forma, apresentam grandes
perdas no desenvolvimento da aprendizagem, sendo assim esses alunos são vítimas
da segregação educacional.
A
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9394/96) dispõe em seu Art.59:
I- currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas necessidades;
III- professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
De fato os alunos surdos precisam integrar o grupo de
alunos nas classes comuns, todavia a questão da inclusão precisa ser pensada e
analisada em todos os seguimentos que compõem a estrutura escolar para que de
fato ela aconteça. Incluir é preciso para que a escola venha formar gerações
preparadas para lidar com as diferenças, sem preconceitos e barreiras.
Desta forma surge
a necessidade de pensar a prática da inclusão do aluno com surdez na escola da
rede regular de ensino e das implicações deste fato no cotidiano de alunos e
professores. A inclusão certamente é um fator positivo no desenvolvimento da
criança que apresenta qualquer que seja a necessidade educacional, todavia ela
precisa ser pensada para que de fato aconteça e que contribua para o
aprendizado da criança lhe assegurando o que é por direito.
A Declaração de Salamanca enfatiza que o acesso das
pessoas com necessidades educacionais especiais, deve acontecer nas escolas
comuns e que estas deverão integrá-las
na prática pedagógica. Logo, a inclusão precisa ser sinônimo de educar e
socializar todas as pessoas que possuam necessidades educativas especiais.
A inclusão em muitos casos, é um verdadeiro desafio para
todos aqueles envolvidos no processo; fato este que precisa de atenção
especial, pois uma escola deve oferecer ao aluno surdo, possibilidades reais de
aprendizagem, se não for desta forma, a inclusão de fato não acontece ou não
alcança seus objetivos.
2-
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Breve histórico da Educação Especial
Embora pareça um fato novo, as deficiências
são tão antigas quanto os seres humanos. Elas sempre existiram e sempre
existirão. Desde a antiguidade e até os nossos dias, houve obstáculos para
lidar com pessoas portadoras de necessidades especiais, em razão de
preconceitos e discriminações a que são submetidas na sociedade. Quando uma
criança nasce com algum tipo de deficiência, começa para ela e sua família uma
longa história de dificuldades, que será tanto menos quanto maior for o apoio e
a compreensão que receber.
A institucionalização da Educação
Especial no Brasil tem pouco mais de três décadas. A partir da década de 70 se
inicia um processo de centralização administrativa e coordenação política a
partir do governo federal.
Em termos de legislação, a Educação
Especial aparece pela primeira vez na LDB 4024/61, apontando que a educação dos
excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de
educação. Na lei 5692/71, foi previsto o tratamento especial para os alunos que
apresentam deficiências físicas, mentais e os superdotados.
Na década de 70 também foi criado o
CENESP (Centro Nacional de Educação especial) junto ao MEC, com o objetivo de
centralizar e coordenar as ações de política educacional. Esse órgão existiu
até 1986 e em toda a sua trajetória manteve uma política centralizada que
priorizava o repasse de recursos financeiros para as instituições privadas. Em
1986 é criada a CORDE (Coordenadoria para a integração da pessoa portadora de
deficiência), junto a Presidência da República para coordenar assuntos,
atividades e medidas referentes ao portados de deficiência. Extinto o CENESP,
criou-se a Secretaria de Educação Especial do MEC.
No Brasil mais recentemente podemos
evidenciar a LDB 9.394/96 que em seu Capítulo V, aponta que a educação dos
portadores de necessidades especiais deve-se dar preferencialmente na rede
regular de ensino, o que significa uma nova forma de entender a educação de
integração dessas pessoas e que o atendimento educacional será feito em
classes, escolas ou serviços especializados, sempre que em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua interação nas classes comuns do
ensino regular.
Discutir a
educação de alunos com necessidades educacionais especiais implica resgatar o
sentido da “Educação Especial” ainda que isto possa desagradar aos que colocam
a frente das discussões sobre a “Educação Inclusiva” já que, diante de
necessidades educacionais especiais, a educação escolar deve responder com
situações de ensino aprendizagens diferentes das organizações usualmente para a
grande maioria dos educandos, ou seja, das situações comuns de ensino ou Ensino
regular. (MAZZOTA, 1998, p.2)
Assim sendo, é necessário que todas as ações
que apontem para a inclusão da pessoa com necessidades especiais, sejam bem
planejadas e estruturadas, apara que seus direitos sejam respeitados. É preciso
proceder a uma avaliação responsável quando se levanta a bandeira da inclusão
de pessoas que historicamente foram e ainda são excluídas da sociedade
praticamente em todos os segmentos.
2.2
Escola Inclusiva
Na escola inclusiva toda a comunidade
precisa se envolver: direção, equipe de coordenação, professores e pais, além
do próprio aluno. O Projeto Político Pedagógico precisa estar coerente e as estratégias da sala de aula precisam
enfatizar o ensino, ajustando-se para atender a diversidade de seus alunos sem
pressupor que eles devam ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender. É
necessário ainda que os professores sejam conscientes do modo como atuam para
que possam promover a aprendizagem de todos os alunos. Uma classe onde esteja
representada a diversidade da vida humana, os diferentes tipos de saberes, a
riqueza das variadas habilidades e até mesmo, o conflito de valores, certamente
propicia a formação de alunos melhor preparados para aprimorar a democracia e
contribuir para a formação de uma sociedade mais justa.
A educação inclusiva precisa acolher
todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para
os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias
e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. O estar juntos
interagindo numa sala de aula com pessoas que não conhecemos, e principalmente,
onde existem os diferentes, pode fazer surtir um efeito muito interessante.
(MANTOAN, 1998, p. 97):
Conforme a Declaração de Salamanca “os
jovens com necessidades educacionais devem receber ajuda para fazer uma eficaz
transição da escola para a vida produtiva”. As escolas devem ajudá-los a se
tornar economicamente ativos e prover-lhes as habilidades que respondem as
demandas sociais e de comunicação e as expectativas da vida adulta, portanto, a
escola tem em relação aos ANEES as mesmas responsabilidades que com os alunos
tidos como normais.
A educação não é apenas uma questão de
dividir o ensino para alunos normais ou ensino para alunos com necessidades
educacionais especiais. Antes de tudo, a instituição escolar deve responder com
situações de ensino diferentes das atuais, que é destinada a grande maioria;
deve criar situações diferenciadas não somente para casos específicos, mas para
todas as situações especiais encontradas no âmbito escolar.
Uma escola comprometida com a inclusão
precisa criar condições para que o aluno incluso não se sinta “excluído” das
atividades de rotina. É ideal e interessante que o aluno surdo no caso,
encontre espaço para não apenas aprender mas também ensinar aos colegas
ouvintes algumas coisas que ele sabe, como por exemplo, a linguagem de sinais
(LIBRAS). Uma outra situação que pode ser explorada e apresentar bons
resultados é utilizar os espaços físicos da escola, como refeitório, banheiros,
cozinha, biblioteca entre outros para realizar a identificação não somente com
a escrita normal mas também com simbologia própria ao aluno surdo.
Percebe-se que a escola precisa eliminar
os rótulos que separam os alunos e entender que essas crianças possuem
limitações, mas que possuem também pontos fortes que devem ser desenvolvidos no
espaço escolar.
É bom lembrar que muitas vezes os
professores não estão preparados para receber os alunos com necessidades educacionais
especiais, e que a escola não tem um suporte técnico adequado. Normalmente são
salas com um número considerável de alunos, impossibilitando ao professor um
trabalho mais aprimorado com todos os alunos da turma, inclusive com o aluno
que requer ainda mais atenção.
2.3 ANEES (Alunos com Necessidades Educacionais
Especiais)
É aquele que, por apresentar dificuldades
maiores que os demais alunos, no domínio das aprendizagens curriculares
correspondentes a sua idade, (seja por causas internas, por dificuldades ou
carências do contexto sócio-familiar, seja pela inadequação metodológica e
didática, ou por história de insucessos em aprendizagens), necessita, para
superar ou minimizar tais dificuldades, de adaptações para o acesso físico
(remoção de barreiras arquitetônicas) e/ou de adaptações curriculares
significativas, em várias áreas do currículo.
2.4
Breve histórico da
Deficiência Auditiva
A Deficiência Auditiva é a perda total ou
parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a fala por
intermédio do ouvido. Ela classifica-se como surdez leve moderada, quando
existe perda auditiva até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo
de se expressar oralmente, bem como receber a voz humana, com ou sem a
utilização de um aparelho auditivo. A surdez denominada severa ou profunda,
apresenta-se com a perda auditiva acima de 70 decibéis, com ou sem aparelho
auditivo. Neste caso perde-se o código da língua oral.
2.5
O Deficiente Auditivo e
o processo de comunicação
A escola que recebe o aluno surdo, precisa
ter em seu quadro de docentes, um professor intérprete para acompanhar as
atividades deste aluno e ensina-lo a língua brasileira de sinais (LIBRAS), mas
cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação, uma vez que
poderá acontecer de que alguns pais não queiram que seus filhos utilizem tal
linguagem.
O intérprete envolve um ato cognitivo
linguístico, ou seja, é um processo em que o profissional estará diante de
pessoas que apresentam intenções comunicativas específicas e que, utilizam
maneiras de se expressar diferentes. Ele processa a informação dada na língua
fonte e faz escolhas estruturais, semânticas e pragmáticas na língua alvo que
devem se aproximar o máximo da língua fonte. Assim sendo, o intérprete também
precisa ter conhecimento técnico para que suas escolhas sejam apropriadas e que
possibilitem ao aluno surdo, um aprendizado satisfatório para que o aluno
embora não ouça, possa entender o significado
das palavras.
Escutar e entender são
duas palavras muito conhecidas e utilizadas pelas pessoas com problema de
audição. Muitos escutam, isto é, ouvem sons, palavras, frases, mas de tal
forma, que não são capazes de identificar seu significado correto na linguagem,
porque não tem capacidade de as entender. (GOMES, 1984. p.21).
Muitas vezes a criança surda tende apresentar um atraso intelectual de
dois a cinco anos e a isto se associa a ausência da linguagem por esse atraso.
Segundo alguns estudiosos, o aspecto mais afetado é o pensamento abstrato, o
raciocínio lógico, simbolização, cálculo e as classificações. Esses aspectos se
estabelecem de modo muito rudimentar e só podem ser desenvolvidos por meio de ensino
especializado.
As crianças com
deficiência auditiva, ou não aprendem a falar, ou então, aprendem com muita
dificuldade. Estas crianças necessitam orientação especializada, e, am alguns
casos, indicação de aparelho auditivo para que possam melhorar suas condições
auditivas e poderem aprender a falar. (GOMES, 1984. p.22-23).
Em muitas escolas de
Ensino Regular onde existem alunos surdos já trabalham além do professor
regente, também o professor intérprete que acompanha o aluno durante todo o
período em que este permanece na escola. Não é uma tarefa fácil, pois o
professor intérprete precisa estar familiarizado com todas as disciplinas e
conteúdos que serão trabalhados com o aluno incluso no contexto da sala de
aula. É preciso que a relação entre o professor intérprete e o aluno surdo seja
de total afinidade para que se possa alcançar bons resultados.
O professor regente da
turma muitas vezes se sente apreensivo ao saber que terá em sua turma um aluno
surdo. A preocupação e o medo de não saber lidar com este aluno é evidente. Mas
ao contrário de se sentir incapaz, ele precisa buscar novos conhecimentos a
respeito dessa nova situação.
Para o aluno surdo a
situação também não será nada fácil. Ele terá os olhares de vários outros
alunos voltados para ele na sala de aula, e isso poderá deixa-lo envergonhado
por sentir-se diferente dos demais. Ele jamais deverá se sentir inferior aos
colegas e nem deixado de lado pelo professor. As situações que surgirem
precisam ser vivenciadas por todos os alunos da turma.
A relação que se dará
entre o aluno surdo e o professor regente ou intérprete e com os demais colegas
da sala é fundamental para que exista um desenvolvimento satisfatório no
processo de ensino e aprendizagem. É cabível neste momento mencionar também a importância
da família no contexto escolar em que a criança surda está inserido. O apoio,
as orientações, os cuidados, as demonstrações de amor são fatores
importantíssimos para facilitar e possibilitar um aprendizado de qualidade.
3-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização deste trabalho, foi
notável a importância da inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais. É notória a importância de sensibilizar a escola como um todo para
receber um ANEES, e é notório ainda que isto já vem ocorrendo, apesar de muitas
vezes não ser perguntado ao próprio professor, o que ele pensa sobre a inclusão
e se esta preparado para trabalhar com um aluno incluso, surdo neste caso.
As escolas da Rede Regular estão
começando a serem preparadas para receber o aluno com surdez. Ainda encontram
muitos obstáculos, se sentem despreparadas e os professores não são orientado
adequadamente.
Nas observações situacionais que foram
feitas, percebe-se que muitos professores de fato não se envolvem, talvez pelo
despreparo. O papel do professor intérprete é muito importante, mas não deve se
restringir apenas a ele a interação com o aluno surdo. É necessário também que
haja um comprometimento maior do professor regente quanto à aplicação da sua
aula, dos recursos selecionados, pois tais recursos precisam ser pensados para
atender também ao aluno surdo.
Nota-se também que ainda existe um certo
preconceito de alguns colegas quando o
aluno surdo vai juntamente com eles realizar determinadas atividades, como por
exemplo, o ensaio de músicas ou outras atividades com recursos sonoros.
Valorizar as peculiaridades de cada
aluno, atender a todos na escola, incorporar a diversidade sem nenhum tipo de
distinção. Nunca o tema da inclusão esteve tão presente no dia-a-dia da
educação e isso é muito bom.
O que falta ainda pode-se dizer é a
interação entre a Educação Especial e o Ensino Regular. Acredita-se que a
inclusão deve ser revista primeiro quanto à forma como acontece, com mudanças
de paradigmas e conceitos. A criança surda não deve ser vista como portadora de
deficiência; primeiro porque não lhe cabe a palavra “portadora”, pois portamos
algo material, um objeto, um documento, uma carteira entre outros. Ela também
não possui deficiência, apenas possui uma limitação na sua audição, que não é
um empecilho para que ela se desenvolva intelectualmente e se sinta sujeito da
sua própria história.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação. 1996.
BRASIL/MEC.
Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial.
Brasília, MEC/SEESP, 1994.
GOMES,
Antônio Cyrillo. Como Conviver com a Deficiência Auditiva. Rio de
Janeiro, Tecnoprint S. A., 1984.
LACERDA,
Cristina Broglia Feitosa de. A inclusão escolar de alunos surdos: o que
dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. São Paulo,
Campinas. Cadernos Cedes, vol. 26, maio/ago. 2006.
MANTOAN,
M.T.E. Compreendendo a deficiência mental: novos caminhos educacionais.
São Paulo: Editora Scipione. 1988.
MAZZOTA,
Marcos José da Silveira. Inclusão e Integração ou Chaves da Vida Humana.
São Paulo, 2001.
Ministério
da Educação, Secretaria de Educação Especial. Educação inclusiva.
Brasília, 2004.
[1] Especialização em Educação Inclusiva pela
Universidade Cidade de São Paulo. São Paulo- SP, Brasil. E-mail do autor: gcmelias@hotmail.com Orientador: Leociléa Aparecida Vieira.
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